
O mês de janeiro, com sua simbologia de recomeço e renovação, traz uma oportunidade única de
refletirmos sobre nossa saúde mental. A campanha Janeiro Branco surge como um convite para
reescrevermos nossa história, fazendo uma pausa para pensar sobre nossos cuidados emocionais e
psicológicos. De acordo com o médico da equipe de psiquiatra da Fundação São Francisco Xavier (FSFX),
Dr. Rafael Procópio, é crucial quebrar os estigmas em torno da saúde mental e promover a
conscientização.
Janeiro foi escolhido por ser o mês que marca o início de um novo ciclo. A cor branca, que simboliza a
pureza e a renovação, faz alusão a uma página em branco, na qual podemos reescrever nossa história. “É
a chance de criar novos objetivos, novas metas e, principalmente, fazer diferente do que fizemos no
passado. A saúde mental, por muito tempo marginalizada e cercada de preconceitos, precisa ser
desmistificada. Historicamente, as doenças mentais eram vistas como possessões ou comportamentos
ligados ao ocultismo. Hoje, sabemos que são transtornos que precisam de acolhimento e tratamento”,
afirma o especialista.
Atualmente, vivemos em uma sociedade onde o tempo parece cada vez mais escasso. Por esse motivo, o
psiquiatra destaca que o equilíbrio entre vida pessoal e profissional é fundamental para manter uma saúde
mental saudável. “Quando alguém se dedica excessivamente ao trabalho, negligenciando a alimentação, o
sono ou o lazer, pode estar criando condições para o adoecimento mental. Se você está sempre correndo
contra o tempo, significa que algo está fora de lugar. O desequilíbrio pode gerar uma sobrecarga
emocional e física”, alerta o Dr. Rafael Procópio.
O médico recomenda que, ao perceber sinais como o isolamento social, a falta de tempo para atividades
prazerosas e uma rotina desorganizada, a pessoa busque reorganizar o seu tempo e priorizar o que
realmente importa.
Dr. Rafael aponta algumas práticas essenciais para manter a saúde mental em dia. O sono de qualidade é
o primeiro passo. “O sono é o momento de restaurar a nossa energia e processar as informações do dia.
Além disso, a prática regular de atividades físicas, especialmente aquelas que geram prazer, é
fundamental para o bem-estar. Por isso, é importante encontrar algo que você goste. O exercício não
precisa ser uma obrigação”, sugere o médico.
Quando se fala em atividade física, o psiquiatra relembra o caso de uma paciente de 62 anos que, após
experimentar o boxe, passou a se engajar com a atividade. “Eu sempre reforçava para ela fazer uma
atividade, e ela sempre rebatia que não gostava de ir para a academia, pois era muito chato. Entretanto,
um dia ela conheceu um professor de boxe que a convidou para fazer a atividade. Depois disso, ela
passou a praticá-la de forma recorrente, pois havia encontrado algo de que gostava”, relembra.
Além desses pontos, o profissional reforça que uma alimentação equilibrada, o retorno à socialização e a
organização do tempo também são práticas que contribuem para o equilíbrio emocional. “Com o advento
das telas, as relações pessoais ficaram em segundo plano. Hoje, é mais importante postar a atualização
no feed da rede social do que interagir com as pessoas que estão ao seu redor naquele momento de lazer.
Reconectar-se com amigos e familiares é crucial”, enfatiza Dr. Rafael.
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